Agendar uma consulta com um psiquiatra pode despertar muitas dúvidas e até insegurança, principalmente quando é a primeira vez. A imagem da Psiquiatria Clínica ainda carrega estigmas antigos que não condizem com a prática atual, que deve ser centrada no acolhimento, na ciência e no respeito à individualidade.
Neste artigo, explicamos como funciona uma consulta de psiquiatria clínica, quais são os principais passos do atendimento, o que o médico observa e como é construído o plano terapêutico.
A ideia é oferecer clareza e tranquilidade para quem está considerando iniciar esse cuidado. Continue a leitura para conferir!
O que acontece na primeira consulta com o psiquiatra?
A primeira consulta psiquiátrica é um momento de escuta atenta e avaliação ampla.
O objetivo principal é compreender o motivo da busca por ajuda, entender o histórico de saúde mental e levantar informações que ajudem na formulação de um diagnóstico clínico, se necessário.
O psiquiatra deve conduzir a conversa de forma respeitosa, fazendo perguntas sobre diversos aspectos da vida do paciente:
- Histórico de sintomas emocionais ou comportamentais;
- Situações estressoras atuais e passadas;
- Qualidade do sono, apetite, energia e concentração;
- Uso de medicamentos, álcool ou outras substâncias;
- Antecedentes familiares de transtornos mentais;
- Vivências importantes na infância, adolescência e vida adulta.
Além disso, o profissional avalia o estado mental atual do paciente, observando aspectos como humor, fala, pensamento, memória e percepção.
Essa etapa da “Psiquiatria Clínica“ é técnica, mas deve ser conduzida de forma acolhedora, sem julgamentos.
O que o psiquiatra leva em conta para indicar o tratamento?
O plano terapêutico na psiquiatria clínica não deve ser construído com base apenas nos sintomas relatados, mas sim em um conjunto de dados clínicos, pessoais e contextuais.
O psiquiatra considera diversos fatores para decidir, junto ao paciente, a melhor abordagem de cuidado. Entre os critérios avaliados estão:
- Intensidade e duração dos sintomas;
- Impacto na vida pessoal, profissional e social;
- Presença de comorbidades (como ansiedade junto com depressão);
- Histórico de resposta a tratamentos anteriores;
- Preferências e valores do paciente quanto ao tipo de intervenção.
A partir dessa análise, o médico pode indicar diferentes caminhos, tais como:
- Psicoterapia;
- Medicação, quando os sintomas têm impacto moderado ou grave;
- Tratamentos como infusão de cetamina ou neuromodulação, em casos de resistência a abordagens convencionais;
- Encaminhamentos complementares (como nutricionista ou neurologista, se necessário).
O foco deve estar em criar um plano individualizado, respeitando tanto os aspectos clínicos quanto os objetivos de vida do paciente.
Cada conduta é explicada com clareza, para que a pessoa participe ativamente das decisões sobre seu tratamento.
Como são os retornos na psiquiatria clínica e o acompanhamento ao longo do tempo?
O acompanhamento na psiquiatria clínica é um processo adaptado à evolução clínica do paciente.
Após a primeira consulta, são definidos os intervalos ideais entre os retornos, que podem variar conforme a intensidade do caso e o tipo de tratamento adotado.
Nos retornos, o psiquiatra avalia:
- Resposta aos medicamentos ou às intervenções propostas;
- Efeitos colaterais ou interações medicamentosas;
- Adesão ao plano terapêutico e eventuais dificuldades;
- Novos sintomas que possam ter surgido;
- Melhoras na funcionalidade e qualidade de vida.
Esse processo não é estático. O plano pode ser ajustado ao longo do tempo, com troca de medicamentos, inclusão de psicoterapia ou outras condutas.
O objetivo é garantir que o paciente se sinta melhor de forma duradoura e segura.
Além disso, o psiquiatra atua como um parceiro terapêutico: acompanha as mudanças de fase da vida, identifica riscos precocemente e contribui para que o paciente se sinta mais fortalecido, mesmo em momentos de instabilidade.
O que diferencia uma consulta humanizada e baseada em evidências?
Na psiquiatria clínica moderna, a escuta atenta e a empatia caminham lado a lado com o rigor científico.
Uma consulta humanizada vai além do diagnóstico: ela considera o ser humano em sua totalidade — sua história, seus afetos, seus valores e seu ritmo de mudança.
Esse cuidado é potencializado quando há:
- Ambiente acolhedor e sem pressa;
- Comunicação clara e acessível;
- Uso de protocolos clínicos atualizados;
- Integração com outros profissionais da saúde mental, quando necessário;
- Respeito às particularidades de cada paciente.
Existem psiquiatras que ainda não seguem essa abordagem, então não desista se você não gostar da abordagem de algum profissional e saiba que é possível encontrar um atendimento acolhedor e humanizado.
A psiquiatria clínica deve oferecer um espaço seguro para que cada pessoa possa iniciar seu processo de cuidado com tranquilidade, ciência e acolhimento — encontrando um caminho possível para viver com mais bem-estar.
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Responsável Técnico
Médica Psiquiatra
Giuliana Cláudia Cividanes
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