O uso da Cetamina em psiquiatria tem ganhado destaque por oferecer alívio rápido a pacientes com quadros resistentes ao tratamento convencional.
No entanto, essa intervenção pede uma avaliação criteriosa, já que nem todos os casos se beneficiam da mesma forma.
Neste artigo, explicamos o que deve ser considerado antes de iniciar o tratamento com cetamina, quais critérios clínicos orientam sua indicação, os cuidados envolvidos e o que esperar da resposta terapêutica!
Quais são os critérios para considerar a cetamina?
A “Cetamina” não é indicada de forma indiscriminada. Ela é considerada uma opção terapêutica para pacientes com transtornos psiquiátricos resistentes, ou seja, aqueles que não responderam de forma satisfatória a abordagens tradicionais.
A definição de resistência envolve a falha de pelo menos dois tratamentos tradicionais de primeira linha, utilizados corretamente em dose e tempo.
Além disso, o psiquiatra leva em conta:
- A intensidade dos sintomas e o impacto do quadro;
- A presença de ideação suicida ou risco iminente de agravamento;
- O histórico de resposta a outras terapias, como psicoterapia, estabilizadores de humor ou antipsicóticos;
- A presença de comorbidades clínicas ou uso de outras medicações;
- A motivação e a compreensão do paciente sobre o tratamento.
Não se trata apenas de aplicar a infusão. A cetamina faz parte de um plano terapêutico mais amplo, que precisa estar estruturado para acompanhar a evolução do paciente e garantir segurança.
Quais transtornos podem se beneficiar da cetamina?
A maior evidência científica sobre a cetamina está no tratamento da depressão resistente, principalmente o transtorno depressivo maior.
Sua eficácia tem sido demonstrada tanto em alívio rápido de sintomas quanto na redução da ideação suicida.
Outros transtornos que podem se beneficiar incluem:
- Transtornos de ansiedade resistentes, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), em alguns casos específicos;
- Transtornos do estresse pós-traumático (TEPT) com sintomas intensos e refratários;
- Transtornos com dor crônica associada a comorbidades psiquiátricas, em abordagem complementar.
É importante ressaltar que o uso da cetamina fora da depressão resistente ainda está em fase de estudos, sendo considerado off-label.
Nesses contextos, a decisão é feita com base em análise individual e consenso entre equipe e paciente, sempre informando riscos, benefícios e limitações da evidência científica.
Quais cuidados são necessários durante o tratamento?
O tratamento com cetamina deve ser realizado em ambiente clínico controlado, com supervisão de equipe capacitada. Isso garante a segurança do paciente e permite resposta rápida a possíveis reações adversas.
A infusão é feita por via intravenosa e dura, em média, 40 minutos, seguida por um período de observação.
Os principais cuidados incluem:
- Monitoramento da pressão arterial, frequência cardíaca e nível de consciência durante e após a infusão;
- Orientação prévia sobre possíveis efeitos dissociativos ou sensações incomuns;
- Avaliação psiquiátrica contínua para ajustes no protocolo;
- Integração com psicoterapia e estratégias de suporte emocional;
- Registro de efeitos clínicos para avaliar a necessidade de reforço ou manutenção.
A clínica Genuine segue esses protocolos com rigor, garantindo uma experiência segura, acolhedora e fundamentada em boas práticas.
O acompanhamento próximo é essencial para ajustar o plano conforme a resposta do paciente e prevenir recaídas.
O que esperar dos resultados com a cetamina?
A resposta à cetamina pode ser rápida, mas varia de pessoa para pessoa.
Alguns pacientes experimentam melhora significativa já nas primeiras sessões, especialmente em relação à energia, motivação e redução de pensamentos negativos.
Outros podem apresentar resposta mais gradual, exigindo ciclos de tratamento repetidos.
Os resultados mais comuns incluem:
- Redução da intensidade e frequência dos sintomas depressivos;
- Diminuição da ideação suicida em curto prazo;
- Melhora na capacidade de retomar atividades básicas e sociais;
- Maior abertura para processos psicoterapêuticos.
Por outro lado, é importante saber que a cetamina não substitui o tratamento contínuo, nem atua como uma “cura” imediata. Seu papel é desbloquear o caminho para uma resposta mais ampla, permitindo que outras terapias tenham maior impacto.
Por isso, a continuidade do cuidado é tão importante quanto a infusão em si.
Na prática clínica, a cetamina se mostra como uma poderosa aliada para quem enfrenta um transtorno mental severo e refratário — desde que usada com critério, estrutura e acolhimento.
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Médica Psiquiatra
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