A Ansiedade é geralmente associada a sintomas emocionais como medo, preocupação ou nervosismo, mas seus efeitos vão muito além do que sentimos na mente.
Em muitos casos, a ansiedade repercute diretamente no corpo, causando ou agravando dores que, à primeira vista, parecem ter origem física.
Neste artigo, você vai entender como a ansiedade pode aumentar a dor no corpo, quais mecanismos neurofisiológicos estão envolvidos nessa conexão e quais abordagens são recomendadas para aliviar tanto a dor quanto os sintomas ansiosos!
Como a ansiedade se manifesta fisicamente no corpo?
A “Ansiedade” não é apenas um estado psicológico; ela desencadeia uma série de reações físicas no organismo, mediadas principalmente pelo sistema nervoso autônomo.
Quando o corpo entra em estado de alerta, há uma ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e um aumento da liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que preparam o corpo para reagir a uma ameaça — mesmo quando ela não é real ou imediata.
Esse estado de hiperativação pode provocar:
- Tensão muscular crônica, especialmente em regiões como pescoço, ombros e costas;
- Dores de cabeça frequentes, associadas ao esforço contínuo de manter o corpo em vigilância;
- Sensações de formigamento ou queimação, sem causa neurológica evidente;
- Palpitações, falta de ar e aperto no peito, muitas vezes confundidos com problemas cardíacos;
- Dores difusas e inespecíficas, que se intensificam em momentos de maior estresse emocional.
Esses sintomas, quando persistentes, contribuem para um ciclo em que a dor alimenta a ansiedade e vice-versa — um fenômeno que torna o diagnóstico mais complexo e o tratamento mais desafiador.
Como a ansiedade influencia a percepção da dor?
O cérebro desempenha papel central na forma como sentimos dor.
Em condições de ansiedade, há uma alteração no processamento dos sinais de dor, tanto em intensidade quanto em frequência.
Isso significa que estímulos leves podem ser percebidos como muito mais dolorosos do que realmente são, e pequenas tensões físicas podem desencadear crises de dor intensa.
Isso ocorre porque a ansiedade afeta diretamente os centros de modulação da dor, como o córtex pré-frontal, a amígdala e o sistema límbico, regiões que regulam tanto o humor quanto a resposta à dor.
Em indivíduos ansiosos, essas áreas se tornam mais reativas, ampliando a sensibilidade a estímulos dolorosos.
Além disso, a ansiedade reduz a liberação de neurotransmissores como serotonina e endorfina, que atuam naturalmente como analgésicos do corpo.
Isso deixa o sistema de defesa contra a dor menos eficiente, favorecendo o aparecimento de dores musculares, articulares e até viscerais, como cólicas e desconfortos gastrointestinais.
Quais tipos de dor são mais comuns em pessoas com ansiedade?
Embora qualquer dor física possa ser agravada pela ansiedade, existem padrões mais recorrentes relatados em atendimentos psiquiátricos e clínicos.
Essas dores nem sempre têm uma causa orgânica clara, mas impactam significativamente a qualidade de vida e o bem-estar geral.
As dores mais frequentemente associadas à ansiedade incluem:
- Dores tensionais: como as cervicais e lombares, resultado da contração muscular prolongada;
- Cefaleias tensionais: dor em “capacete” na cabeça, comum em quem vive em estado de preocupação constante;
- Dor no peito: geralmente associada à hiperventilação e tensão torácica, pode simular quadros cardíacos;
- Dores abdominais e intestinais: influenciadas pela conexão cérebro-intestino, muito comum em casos de ansiedade generalizada;
- Sensibilidade corporal difusa: semelhante à da fibromialgia, especialmente em pacientes com transtornos de pânico ou ansiedade crônica.
Essas dores tendem a aparecer ou piorar em momentos de estresse, mudanças de rotina, conflitos emocionais ou situações de cobrança e sobrecarga mental.
O que pode ser feito para controlar a dor relacionada à ansiedade?
O tratamento da dor associada à ansiedade deve ser multidisciplinar e personalizado.
Apenas o uso de analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares tende a trazer alívio momentâneo, mas não resolve a causa da dor.
É essencial tratar o componente emocional e psicológico envolvido.
As estratégias terapêuticas mais eficazes incluem:
- Psicoterapia, como a Terapia Cognitivo-Comportamental, que ajuda o paciente a identificar pensamentos disfuncionais e a criar estratégias de enfrentamento;
- Medicação psiquiátrica, como ansiolíticos ou antidepressivos, que regulam os níveis de neurotransmissores e reduzem tanto a ansiedade quanto a dor;
- Exercícios físicos regulares, que estimulam a liberação de endorfinas e promovem relaxamento muscular;
- Práticas de relaxamento, como respiração consciente, meditação e mindfulness, que ajudam a reduzir a reatividade do sistema nervoso;
- Abordagens integrativas, como acupuntura e neuromodulação, que podem ser úteis em casos mais refratários.
Na Genuine, oferecemos uma abordagem centrada na pessoa, integrando saúde mental e cuidado físico com base na medicina de precisão.
Entendemos que dor e ansiedade não são problemas separados, mas partes de uma mesma experiência que merece atenção completa e individualizada.
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